Bianca Paradela: autora do post sobre roupas ou uniformes
O post de hoje é feito pela Bianca Paradela, mãe de Leo e Luisa. Nasceu fruto de um debate no Facebook sobre a polêmica do uso ou não uso dos uniformes nos dias de aula. Bianca é fã de carteirinha do uso de roupas da escola, apesar do filho mais novo ainda estar na rotina da roupa da escola. olha aí o relato dela!
Há dois anos, minha filha (hoje com 7 anos) foi para uma escola onde o uso de uniforme é opcional. Achei muito coerente com a filosofia de lá. Segundo me explicaram, nos anos 80, quando foi fundada, a escola veio para trazer a ideia do olhar individual e portanto único para cada aluno. Viam o uniforme como uma tentativa de “padronização e massificação que propunha a homogeneização dos indivíduos”.
Com o passar do tempo, a simbologia negativa deu, de certa forma, lugar a praticidade vista por muitos pais. Por este e outros motivos, passaram a dispor de uniforme para que a escolha de seu uso ficasse a critério de cada família. Confesso que torci o nariz na época que soube desta novidade, apesar de ter achado coerente e muito bacana a história toda. Já me imaginava todos os dias tendo que pensar que roupa minha filha iria, em estragar roupas boas, etc. Decidi experimentar e ver como seria, conforme fosse compraria o traje da escola.
Comprei diversas camisetas, calças leggings e conjuntos de moletom. Estes seriam
seus uniformes, roupas confortáveis, frescas, que não teria problema se manchassem ou estragassem e que possibilitassem que ela brincasse livremente, como deveria ser. Há restrição apenas quanto aos sapatos. Crocs, por não serem ajustados nos pés e serem muito aderentes (podendo “travar” em corridas, por exemplo), não são permitidos. Sandálias de salto idem. Em dias de educação física, deve ser tênis.
Dois anos depois, só tenho elogios a fazer. É tudo muito simples. As roupas ficam em uma gaveta separada. As calças e shorts são lisos e combinam com todas as blusas, batinhas. Tem de todo tipo. Estas mesmas roupas, que comprei um pouco maiores ano passado, já duram em sua maioria 2 anos e ela as usa para ir às aulas de esportes (fora da escola), ou para brincar no play.
No começo ela ficou especialmente encantada com a ideia de poder ir de fantasia quando quisesse. E no começo ia mesmo. Depois começou a perceber que não eram lá muito confortáveis para passar várias horas, além de incomodar em uma série de brincadeiras. Com isso, às vezes ela ainda vai, mas leva outra na mochila para trocar. Eu a deixo criar. Tem dias que vai de cachecol, óculos e luva, e/ou capa de chuva (sem estar frio ou chovendo), ou de fantasia, algumas que ela mesma monta. Outro dia foi, segundo ela, de Elizabeth Swann, do Piratas do Caribe, com sobretudo preto, calça legging preta, bota e o que mais ela encontrou para se caracterizar.
Em contrapartida, meu filho de 1 ano e 7 meses entrou na escola mês passado e tem uniforme. Gastei uma pequena fortuna naquelas camisetas brancas de algodão que em pouco tempo de uso já mostrava marcas que, em camisetinhas estampadas, não aparecem tanto. Mas, na realidade, eu me recuso a preocupar com elas. Outro problema: Conseguir me organizar para que todos os dias tenha dois conjuntinhos limpos e passados a postos. Dois, porque um ele vai e outro ele leva. E, por ser pequeno, trocam depois do lanche todos os dias. Eu não tenho empregada. Estou me adaptando a estas duas novas realidades, portanto: assumir posto de comando da casa e ter uniforme pronto.
Nem todos os dias eu consigo, preciso de um tempo também. Mas isso está me enervando, eu confesso. Acho totalmente desnecessário, agora, conhecendo o outro lado. Muitas amigas disseram, como eu também afirmava antes de ter contato com esta nova realidade, que seria um desfile de modas, que seria uma aporrinhação e uma briga para que a criança não fosse querer ir com as melhores roupas para a escola. O que eu acho é que quando não é novidade, não tem tanto estresse. Aquelas crianças vão todos os dias para a escola com roupa livre, perdem o ar de farra de poder ir “como quiser”. Perde a graça e roupa é só roupa mesmo. E, ao menos minha filha, só quer que seja confortável, para conseguir virar de cabeça para baixo, fazer roda, correr e brincar.
Quando vai ter festa depois, fora da escola, leva outra na mochila para não sujar a roupa bonita nas atividades. Opção dela, que ficou tristíssima em uma vez que isso aconteceu. E, pensando bem aqui, mesmo tendo uniforme não chega a ser um alívio na questão do tal “desfile de modas”. Se é para ter disputa e exibição, sempre haverão acessórios, tênis, calças jeans de marca, esmaltes, mochilas, celulares e gadgets em geral. Pode ser que mais adiante seja complicado. Mas aí eu acho que entra a questão do diálogo, do limite. É difícil me imaginar tendo que suprir caprichos infinitos da minha filha “aborrescente”, porque não é nossa realidade nem com ela criança e nem foi a nossa quando nós, eu e o pai dela, “fomos jovens”.
Vamos ver… que venha a adolescência com seus desafios todos. Como diz uma amiga, “filho não vem para deixar a vida de ninguém mais fácil“. São desafios mesmo e a gente vai muitas vezes matando no peito. Daqui a alguns anos posso ter de reavaliar minha visão sobre isso, como acontece com tudo mais ligado a maternidade. Uma coisa de cada vez. Como está hoje, não troco por nada.
Baiana de corpo e alma e paulistana por opção. Jornalista, corredora, mãe de dois, esposa, escritora e influenciadora digital.
Ligada no 220v, mas amante da preguiça, do vinho, de uma boa cozinha e de Wi-Fi.
Viajante de carteirinha: por terra ou por ar, correndo ou pedalando, com os filhos ou sem eles.
Mulher, mãe e dona das próprias vontades.
Eu estudei numa escola que não existia a obrigatoriedade do uniforme e sempre ouvi esta história do “desfile de moda”, mas confesso que nunca vi isso acontecer. Quando minha filha entrou na escola, aos 6 meses, não havia uniforme. Mas a partir dos 2 anos era sugerido o uso do mesmo.
A visão que a escola da minha filha dá ao uso do uniforme é bem diferente da que eu sempre ouvi e confesso que gostei: As crianças, a partir dos 2 anos começam a se enxergar como pertencentes a um grupo. Grupo este que é definido de várias formas, entre elas o uniforme.
Não, o uso não é obrigatório e se não há conjunto limpo, ela vai com qualquer outra roupa. E sim, é super permitido também a criação livre. As meninas adoram inventar calças coloridas com as saias de uniforme por cima, óculos, colares, etc. Os meninos também tem seus truques.
Não acredito que exista uma verdade absoluta sobre o uso dos uniformes mas acho muita sacanagem se o preço for muito alto. Eu tenho os meus truques: dou uma cortadinha aqui, uma esticadinha ali, e uso até não dar mais MESMO. Aí sim eu vou e compro mais. De uma forma geral, tenho gostado bastante, e minha filha também curte. Na verdade eles curtem tudo né?
Desde cedo seguir regras e dar limites é de fundamental importância para vida dos pequenos. Minha sugestão seria usar uniforme de segunda a quinta e na sexta ser livre! Isso tem dado muito certo em algumas escolas e filhos e pais estão felizes e satisfeitos!
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Eu estudei numa escola que não existia a obrigatoriedade do uniforme e sempre ouvi esta história do “desfile de moda”, mas confesso que nunca vi isso acontecer. Quando minha filha entrou na escola, aos 6 meses, não havia uniforme. Mas a partir dos 2 anos era sugerido o uso do mesmo.
A visão que a escola da minha filha dá ao uso do uniforme é bem diferente da que eu sempre ouvi e confesso que gostei: As crianças, a partir dos 2 anos começam a se enxergar como pertencentes a um grupo. Grupo este que é definido de várias formas, entre elas o uniforme.
Não, o uso não é obrigatório e se não há conjunto limpo, ela vai com qualquer outra roupa. E sim, é super permitido também a criação livre. As meninas adoram inventar calças coloridas com as saias de uniforme por cima, óculos, colares, etc. Os meninos também tem seus truques.
Não acredito que exista uma verdade absoluta sobre o uso dos uniformes mas acho muita sacanagem se o preço for muito alto. Eu tenho os meus truques: dou uma cortadinha aqui, uma esticadinha ali, e uso até não dar mais MESMO. Aí sim eu vou e compro mais. De uma forma geral, tenho gostado bastante, e minha filha também curte. Na verdade eles curtem tudo né?
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Desde cedo seguir regras e dar limites é de fundamental importância para vida dos pequenos. Minha sugestão seria usar uniforme de segunda a quinta e na sexta ser livre! Isso tem dado muito certo em algumas escolas e filhos e pais estão felizes e satisfeitos!