Conjuntivites: O que são e o que fazer
A maioria das conjuntivites dura em torno de uma semana, não deixando sequelas. Porém, várias são as causas de conjuntivite e cada uma tem as suas particularidades, tanto nos sintomas quanto no tratamento.
A maioria das conjuntivites dura em torno de uma semana, não deixando sequelas. Porém, várias são as causas de conjuntivite e cada uma tem as suas particularidades, tanto nos sintomas quanto no tratamento.
Esses dias deu um surto de conjuntivite na escola do Gabi. Na professora e em alguns alunos. Quando isso acontece já bate o desespero, porque estamos sujeitos a pegar algum tipo de doença em qualquer lugar.
E, nessa semana, o médico Marco Aurélio Sáfadi respondeu algumas dúvidas em relação à essa doença tão comum. A conjuntivite é uma doença ocular que ocorre frequentemente na infância, principalmente no verão. A conjuntiva é uma membrana fina e transparente que recobre aquela parte branca dos olhos (chamada de esclera) e a parte interna das pálpebras. Toda vez que ocorre uma inflamação dessa membrana, temos uma conjuntivite.
Quais os sintomas?
As crianças podem apresentar sintomas em intensidade variáveis, sendo os mais comuns: olho vermelho, lacrimejamento, secreção, inchaço da pálpebra, coceira e sensação de areia nos olhos. Também poderá ocorrer dor e incomodo à luz.
Quanto tempo dura uma conjuntivite?
A maioria das conjuntivites dura em torno de uma semana, não deixando sequelas. Porém, várias são as causas de conjuntivite e cada uma tem as suas particularidades, tanto nos sintomas quanto no tratamento. Sendo assim, uma avaliação médica é fundamental para diferenciá-las e estabelecer o tratamento adequado e os sinais de alerta para procurar o especialista.
O que causa?
As conjuntivites podem ser virais, bacterianas, alérgicas e tóxicas ou químicas, entre outras causas mais raras.
Como se transmite?
A transmissão ocorre por contato através de objetos de uso comum como toalhas, fronhas de travesseiros e pelo contato próximo com a pessoa doente através do beijo e/ou pelas secreções respiratórias. A transmissão é favorecida em lugares aglomerados como creches e escolas. O tempo de contágio é de aproximadamente uma semana após o início dos sintomas.
Qual a conjuntivite mais comum?
As causadas por vírus são as mais comuns. Podem vir acompanhadas de sintomas respiratórios como coriza, tosse, espirros e dor de garganta. Normalmente apresentam secreção em menor quantidade, iniciando-se em um dos olhos e em até 50% dos casos tornando-se bilateral, ou seja, nos dois olhos (em geral, o sintoma é mais ameno quando acontece esse contágio posterior). O vírus mais comum é o adenovírus e em alguns casos pode ocorrer contaminação bacteriana secundária.
Qual o tratamento?
O tratamento básico inclui higiene pessoal, principalmente com as mãos (não ficar mexendo nos olhos, fazer a limpeza de secreções, evitar contato próximo com outras pessoas), lavagem bem os olhos, usar colírios lubrificantes e compressas geladas. Nos casos em que ocorrer uma conjuntivite bacteriana, alérgica ou em situações especiais, colírios com antibiótico, antialérgicos ou antiinflamatórios podem ser necessários.
Como diferenciamos as conjuntivites?
Na maioria das vezes, os sintomas são muito parecidos, porém alguns sintomas podem ser mais intensos, o que ajuda a diferenciá-las. As conjuntivites virais apresentam menor quantidade de secreção e podem ser acompanhadas da presença de gânglios, principalmente perto das orelhas. As conjuntivites alérgicas costumam estar associadas a alergia respiratória (rinite alérgica) ou da pele (dermatite atópica) e tem como sintoma principal a coceira, por exemplo. De qualquer forma, o exame com o oftalmologista definirá a sua causa.
As conjuntivites podem levar a complicações?
As conjuntivites podem até apresentar complicações, porém a grande maioria apresenta melhora em poucos dias apenas com o tratamento básico. Em algumas situações especiais a visita ao oftalmologista torna-se essencial. A formação de membranas sobre os olhos, alterações da visão, como o embaçamento visual, evolução arrastada e dor intensa são exemplos de situações que devem ser prontamente avaliadas pelo médico especialista. A avaliação pediátrica é fundamental para o diagnóstico, orientações gerais e específicas de acordo com os sintomas e os exames.
Fonte: o texto de hoje tem participação de Marco Aurélio Safadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará. Conheça a Nuk