Cuidado ao balançar a criança pelo braço!
Apesar de doloroso e, em princípio, preocupante, esse trauma (relativamente comum) é o que os médicos chamam de “pronação dolorosa”.
Apesar de doloroso e, em princípio, preocupante, esse trauma (relativamente comum) é o que os médicos chamam de “pronação dolorosa”.
Aqui a gente faz direto e eu vivia pedindo para os meus pais: Cada um segura no bracinho da criança, conta um, dois e três e dá aquela balança. Quem nunca?
Ou…
Dá aquela segurada firma no braço da criança numa situação de risco e emergência. E o que acontece? Ela subitamente para de mexer o braço e reclama de dor no cotovelo.
E o medo de ter acontecido algo? E o susto? Isso é sempre um grande estresse. Mas, olha, apesar de doloroso e, em princípio, preocupante, esse trauma (relativamente comum) é o que os médicos chamam de “pronação dolorosa”.
Esse é o assunto de hoje do pediatra Marco Aurélio Safadi, que Toda semana nos tranquiliza com as suas explicações.
O que é a pronação dolorosa?
É um deslocamento sutil da cabeça do rádio. O rádio é um dos ossos do antebraço e a cabeça do rádio é a porção deste osso que participa da articulação do cotovelo. Ocorre geralmente em crianças menores de cinco anos, em razão da consistência mais elástica do ligamento que envolve a cabeça do rádio e do desenvolvimento ósseo comum ainda nessa fase da vida.
Quais são os sintomas?
O sintoma imediato é a dor, fazendo com que a criança mantenha o braço junto ao corpo sem movimentá-lo. Essa postura alivia a dor e após algum tempo a criança não reclamará mais, mas passará a limitar os movimentos e quando se tentar oferecer algum objeto a ela preferirá o uso do outro braço.
O que fazer?
Evite manipular o braço da criança, principalmente quando o momento do trauma não foi testemunhado, sendo relatado apenas história de trauma súbito e dor. Procure atendimento médico imediato.
Qual o tratamento?
Após a avaliação do médico, descartando que tenha havido fraturas, o procedimento a ser realizado chama-se redução. Consiste em “colocar o osso deslocado no lugar”. Mesmo sendo um procedimento simples, só deve ser feito por pessoas treinadas como o ortopedista ou o pediatra.
Feito isso, a melhora da dor e o restabelecimento dos movimentos são quase imediatos. Raramente após a redução, a criança pode permanecer com dor, sendo somente nestes casos necessária a colocação de uma tala gessada por até uma semana.
Existe a chance de ocorrer novamente?
Algumas crianças têm maior predisposição a esta lesão e os episódios podem ser recorrentes. Isto não é motivo para preocupação, pois as lesões devem cessar com o crescimento da criança, não deixando qualquer sequela.
Como prevenir?
Evite puxar a criança do solo pelas mãos, para que não ocorra o mecanismo de tração do cotovelo. Como as crianças menores de cinco anos são as mais propensas, essa orientação deve ser seguida pelos pais, cuidadores, babás, professores, irmãos e outras pessoas que tenham contato com a criança. Se isso ocorrer com o seu filho, não se culpe, pois na maioria das situações acontece por um reflexo de puxar para proteger nossos pequenos.
Pois é, essa brincadeirinha deliciosa que fazemos com os nossos filhos merece mesmo cuidado!
Fonte: o conteúdo do texto de hoje foi desenvolvido por Marco Aurélio Safadi, parceiro da NUK e professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará. Conheça a Nuk