Quase aconteceu comigo.
Todos os dias deixo o bebê na escolinha logo que saio de casa. De acordo coma nossa rotina, ele fica primeiro. Depois vai o mais velho.
Nesse dia, porém, o mais velho estava atrasado para a aula. Tirei o bebê do berço, pus no carro e ele continuava dormindo. Mudei a nossa rota e deixei meu mais velho, que correu para a aula de natação. No rumo normal das coisas, eu deveria descer a rua, dar a volta e retornar para a escola do meu bebê, mas vi o banco, e essa era a minha próxima parada. Inconscientemente, segui a minha rotina.
Parei o carro, desci e fechei a porta. Tinha a chave e o celular o bolso. Lembrei que precisava da carteira, que estava no porta-malas do carro, dentro da bolsa. Ao abrir vi a mochila do meu pequeno e imediatamente olhei para ele no banco traseiro do carro, que continuava dormindo. Obviamente me senti a pior mãe do mundo, incapaz de lembrar a existência do próprio filho dentro de um carro, num percurso de dez minutos. Cabeça a mil, turbilhão de sensações. Não deu 30 segundos e o sentimento de culpa já era maior que o planeta Terra.

Relembrei as minhas técnicas:
Sempre deixo a chupeta dele no banco do carona, como forma de me fazer lembrar. Lá estava ela, mas eu não prestei atenção.
O espelho, que reflete a imagem dele no meu retrovisor, por alguma razão (buraco ou quebra-mola) virou, cedeu e não mostrava a carinha do Rafa. A muito custo dá pra ver os sapatinhos, mas a carinha, que sempre me chama atenção, não dava pra ver. A minha terceira alternativa (que é deixar a bolsa sempre ao lado da mochila do bebê), felizmente, deu certo.
Entrei num desespero emocional pensando que, quando mudamos algo da nossa rotina, esquecer uma criança no carro, ainda mais quando ela dorme em silêncio, numa manhã fria, é mais fácil do que se imagina. Me coloquei no lugar de muitos pais e mães que já fizeram isso. Alguns que conseguiram salvar a criança em tempo, outros que infelizmente não conseguiram. E parei para pensar como está a minha vida. Tão corrida. Tão acelerada. Cheia de coisas no automático para fazer.

Sai de casa. deixa um. beijo, tchau. deixa outro. Beijo, Tchau. Vai pro banco, passa na academia, corre um pouco. Pega trânsito, resolve questões de casa e trabalho dentro do carro (e fica completamente vulnerável a assaltos nesses momentos). Trabalha. Pega trânsito. Volta pra casa. Pega um filho. Oi, tudo bem? Pega outro. Oi, tudo bem? Chega em casa, banho, lição, jantar. Conta histórias. Põe filho pra dormir. Conversa no celular. Conversa pouco com marido. Vai dormir.
Nada muda, se entra ou sai da rotina, às vezes, nem percebemos. É uma sobrecarga de informações, de horários e de agenda que a mente não processa. Me senti na obrigação de rever a nossa rotina. De virar a cadeirinha do filho para frente (ele ainda está no bebê conforto) e agora desejo amarrar um guizo entre eu e ele para nunca mais isso acontecer.
Que sensação horrível, que dor no peito, que aperto horroroso, só de pensar na possibilidade de meu filho ficar trancado dentro do carro. :’-(
Quero amar cada dia mais minhas crianças e, acima de tudo, prestar muita atenção quando estou com eles (FOCO!). Porque o tempo vai passar, eles vão crescer e eu terei perdido momentos importantes da vida deles.
Dicas para lembrar que tem uma criança no carro
(principalmente quando ela está no bebê conforto, de costas para você, e dormindo)
– Coloque algum objeto dela perto de você, no banco do carona, ou preso a chave ou celular. Pode ser o lacinho, chupeta, sapatinho, mamadeira. Algo que você olhe imediatamente e lembre.
– Use os espelhos para ver o bebê. Existem de várias marcas e modelos e quando o bebê conforto está na posição zero (de costas) e o espelho reflete a imagem do bebê no seu retrovisor. Assim você sempre consegue observá-lo.
– Prenda uma fralda ou um paninho na sua bolsa. Isso fará com que você se lembre do bebê, que dorme no banco traseiro.
– Deixe a sua bolsa junto dos pertences do bebê.
– Se for mudar a sua rotina, caminho ou ordem de deixá-los, preste ainda mais atenção em tudo que está fazendo. Concentre-se e não desvie o foco enquanto não deixar as crianças na escola. Se for o caso faça check list.
– Quando estique com as crianças, FOQUE nas crianças. esqueça celular, televisão, problemas a serem resolvidos. Nada é mais importante do que seus filhos.
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Me deu um aperto no coração.. me coloquei no seu lugar e senti (um pouco) da sua dor.
Hora de desacelerar, olhar nos olhos, respirar mais fundo.
beijo amiga <3
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Eu tb já quase esqueci MB no carro. Fui de casa p/ trabalho e simplesmente ignorei a parada mais importante da manhã: deixá-la na escola. Sorte que minha bolsa estava ao lado dela, no banco de trás. Foi um dos piores sentimentos que eu já tive. beijo beijo!!
Mudança de hábito - dicademae.com
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[…] crianças no carro é essencial e que estamos, sim, suscetíveis acontecimentos inesperados –veja o meu susto quando eu quase esqueci o Rafinha no carro […]
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[…] corrermos o risco de esquecermos o bebê no carro! afff sai pra lá, eu já passei por isso –mais um texto aqui– e não desejo a […]