
Gabriel já consegue contar até 20. Do um ao dez vai certinho…. do 11 ao 20 dá umas tropeçadas. E aqui em casa a gente sempre teve uma preocupação em dar noção de dinheiro e controlar os presentes, afinal, nesse mundo terrivelmente consumista todo cuidado é pouco.
E ele ama moedas. Adora abastecer o porquinho com moedinhas –ou moedonas de R$ 1. Então quase toda semana eu venho para o trabalho com um saco de moedinhas e troco tudo na padaria pelas moedonas, pois isso facilita na contagem dele. E aí a gente vai para a feira. Programa inadiável, de toda quinta-feira de manhã.
Ele vai com sua tartaruguinha de moedas e sempre paramos na mesma barraca: a de brinquedos. Longe do Buzz Lightyear que fala ou do Hot Wills que muda de cor, a gente encontra uns made in china e aqueles de dar corda, como o pintinho que pula ou um cavalinho que galopa. Então ele escolhe, pergunta o preço e até pede desconto, com a minha ajuda, claro. Daí abrimos a tartaruguinha e contamos moeda por moeda, para realizarmos a compra.
Se numa semana ele comprou um “super-brinquedo-de-feira”, na outra explico que temos que comprar algo mais simples. Se sobrou muita moeda no cofrinho, aviso que ele pode escolher dois brinquedos na outra semana. E, dessa forma, vou dando noção de compra, economia, do poder ou não comprar alguma coisa e, claro, de matemática.
É um exercício que requer paciência, mas eu gosto de fazer isso. É nosso programa matinal no dia do rodízio do carro (quando, aqui em são Paulo, você só pode sair com seu carro após as 10h).
E bonitinho foi um dia que compramos um boneco ching ling do Ben 10 e ele olhou as moedas e disse: “Olha, sobrou dois dinheiros. Você quer uma água de coco, mami”? Isso não faz valer a pena?