Passamos um grande susto aqui em casa. Eu me arrumava para sair, Rafinha tinha almoçado e, antes do seu tradicional cochilinho, ele estava zanzando pela casa. Enquanto deixei o quarto e fui pegar algo, ele achou, na minha bolsa, uma caixa de medicamento controlado. Daqueles tarja preta mesmo. Quando chego, instantes depois, ele está sentado, com a caixa na mão, cuspindo o que sobrou de uma cápsula mordida, e já sem o pó dentro.
Meu coração disparou e a minha primeira reação foi enfiar o dedo na garganta do menino e forçar um vômito, que obviamente não deu certo. Depois, corri para a cozinha e dei água, joguei água na boca, fiz ele cuspir, dei mais água. O meu bichinho ficou nervoso e adormeceu agarrado em mim, no meu colo.
Aí então eu liguei para o pediatra, que estava em trânsito, voltando das suas tranquilas férias. A primeira orientação: ligar para o CEATOX (que eu nunca tinha escutado falar) e relatar tudo que tinha acontecido.
Googlei, achei o número e liguei.
TODAS AS MINHAS CONDUTAS FORAM ERRADAS!
Após ser acalmada pela anja do outro lado da linha, ela me disse que a quantidade ingerida por Rafael era pouca, mesmo assim, ao darmos líquidos e até mesmo alimentos, aumentamos a possibilidade de absorção da medicação pelo organismo.
E COMO EU IRIA ADIVINHAR?
Para mim, quanto mais água, mais rápido o treco sairia pelo xixi…
tsc, tsc…
Agora era manter um jejum de uma hora e meia e esperar observando o comportamento dele. Mas não precisava levar para o hospital.
Rafael dormiu por quase duas horas, almoçou de novo e brincou a tarde toda. Não apresentou nenhum comportamento estranho e passa bem, ufa!
O motivo desse post é para, primeiro, agradecer a disponibilidade dos pediatras de hoje em dia que fazem do Whats App uma extensão da sua clínica! E pelo conselho maravilhoso que ele me deu! tês, Dr. Douglas. 😉
Depois, é para divulgar esse serviço incrível, que eu não conhecia e que pode impedir muitas pessoas de realizarem condutas erradas, como a minha, em caso de intoxicação.
O CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança – HCFMUSP) tem um telefone de contato, para o qual a pessoa deve ligar imediatamente que perceber que a criança ingeriu algo perigoso: 0800 014 8110.
A partir daí o ideal é seguir a orientação e conversar com o pediatra, para que seja tomada a melhor decisão.
Os casos de intoxicação, principalmente dentro de casa, são mais comuns do que se imagina. Segundo dados de 2012 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), quase 100 mil casos de intoxicação foram registrados no país naquele ano, último período de levantamento divulgado pela instituição.
E acontece assim: uma criança curiosa, uma mãe que acreditava que um medicamento dentro da bolsa não despertaria curiosidade… um frasco de produto de limpeza mal fechado. Vejam, não precisa de muito, né? Basta estar ao alcance da criança.
Passado o susto, estamos todos bem. Mas o 0800 do CEATOX não sai mais da minha agenda de telefones!
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