
Resolvi voltar aos primeiros dias de vida de Gabriel fora da barriga para contar do Dr. José, primeiro pediatra a que levamos nosso bebê. Isso porque a Ana, mãe do João que nasceu no dia 25 de maio, me ligou atrás de um pediatra para saber como funcionava, o que dar pro João caso ele tivesse febre pós vacina, etc. E, de fato, o Dr. José foi de grande valia na nossa vida de pais de primeira viagem.
Gabi tinha quatro dias de nascido quando recebemos a indicação do pediatra. Imaginem, o bichinho com três quilos, cinquenta centímetros, em junho, todo peladinho numa balança de criança. Dr. José deixou ele assim por uns cinco, sete minutos, tempo suficiente para eu quase arrancar meu filho das mãos do médico e protegê-lo do frio. Ele fazia aqueles exercícios de reflexos, de soltar a mão, deixar ele de bruços, cutucar aqui ou ali para avaliar o retorno do movimento. Pegava Gabriel com uma mão só, na altura dos olhos, e olhava como alguém que avaliasse uma pedra preciosa. Gabriel fez xixi nele (isso, filho, defenda-se!) e ele comentou da cor da urina amarelada em seu paletó. E depois se pos a falar e falar.
Gabriel estava ótimo, os 300 gramas perdidos na gravidez eram normais, reflexos perfeitos, choro forte e bom (tadinho), enfim, tudo certo com meu bichinho. Ufa! Como de praxe, nos deu todas as orientações para as consultas (nesses primeiros meses, uma vez por mês) e vacinação (em posto de saúde mesmo, sem estresse). Mas algumas orientações deixaram eu e Jarbas pensativos. E foram fundamentais para a criança que Gabriel é hoje, prestes a completar três anos.
“Recém nascido é como um bichinho de estimação: vocês precisam escolher quem domina a relação, os pais ou o bebê. Em uma semana, se vocês não se colocarem regras, ele dominará seu dia e sua noite”. “Criança chorou, olhe a fralda, veja se algo o incomoda. Dê chupeta se necessário e chegue bem perto dele no berço para ele sentir você. Se, depois de tudo isso, ainda assim ele chorar, pegue no colo. Caso você o carregue a qualquer chorinho, ele entenderá que essa é a forma de pedir colo”. “Se ele tiver ganhando peso normal –de 30 a 50 gramas por dia- não o amamente à noite. Ou vocês o acostumarão a acordar para comer, como um cachorro que come na hora determinada”.
Inicialmente eu fiquei revoltada desse médico comparar meu filho com um cachorro. Queria sair daquele consultório para nunca mais voltar. Mas, passada a raiva e controlado o ânimo pós parto, eu comecei a entender absolutamente tudo o que ele estava dizendo. E concordar.
“Tirando lugares fechados como igreja –que só tem velho e gente com problemas- vocês podem levar o Gabriel para qualquer lugar. Com o devido cuidado que se tem com um recém nascido. Ele deve se encaixar na rotina de vocês”. E isso eu já contei aqui: depois dessa primeira consulta, paramos na padaria mais próxima, com Gabi no bebê conforto, para tomar um café.
Essas orientações fizeram a gente perceber que ter um filho não é tão difícil quanto parece. Claro, exige tempo e dedicação. Mas nesse primeiro mês nós tratamos de acostumar Gabriel à nossa vida, a dormir no barulho, a sair com a gente e a não mamar à noite. Ele estabeleceu uma rotina de três em três horas e isso fez com que eu me programasse para fazer as minhas coisas, como manicure, e até a voltar a trabalhar, de casa, dois meses após o parto.
Ah, e em cada chorinho dele eu ou Jarbas íamos até o berço, fazíamos um carinho, chegávamos bem pertinho para ele sentir a nossa respiração e falávamos meia dúzia de palavras bonitinhas. E assim Gabriel pegava no sono novamente. Simples assim!
P.S: Não continuamos com o Dr. José, pois a espera pelo atendimento era sempre muito demorada. E isso nos irritava e ao Gabriel também. Além disso, eu queria um pediatra sempre em online. E ele, como pediatras à moda antiga, não era muito amigo do celular.
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Oi Nanna, muito bacana este seu post sobre o pediatra. Passei por isso agora a pouco, mas nao tive a mesma receptividade que voce.. muito pelo contrario, o pediatra que fui disse que era para eu ter inumeros cuidados com o nenem, o que me deixou meio surtada… sempre imaginei levar minha filha comigo para tudo, ate porque sempre fui rueira e ficar muito tempo em casa nao combina comigo, e seu post me deixou um pouco mais confortavel. Boa também esta dica da noite. Minha nenem nao esta mamando a qualquer hora, mas acorda de 3 em 3 para mamar. Quem é o seu pediatra hoje em dia? voce gosta??? beijos,
Mariana
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Mari,
A pediatra do Gabriel é dra Jô Cardieri, ela atende na lapa, na rua Roma. Acho que é bem perto de vc!
Ela é ótima, médica da área infantil do HC e super atenciosa….responde meus torpedos nos finais de semana, a noite, feriado… o que para mim é fundamental! preciso me sentir segura com a médica do meu filho!
Ela tbm não coloca Gabriel na bolha, mas é atenta aos virus respiratórios, resfriados de escola, etc. enfim, a escolha do pediatra tem que bater o santo, sabe?! porque é algo que você carrega por alguns bons anos….
beijos
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Odiei a pediatra que eu fui na semana passada. Fui com uma lista (literalmente anotei minhas dúvidas no moleskine) de preocupações. Ela impacientemente foi respondendo uma a uma. Foi grossa a uma certa altura e chegou a dizer que a consulta normalmente dura 10 minutos. Achei indecente. Já marquei outra pediatra. Aliás, tenho uma teoria: prefiro homens; acho as mulheres grossas demais… Ps.: parabéns pelo blog. Demais!