Esses dias eu dei um cartão pré-pago pro Gabriel. Ele recebe 50 reais de mesada por mês e eu já devia a do mês de julho. Esse cartão funciona como um cartão de crédito, desde que ele tenha saldo. Qualquer transação que ele faz eu vejo pelo aplicativo instalado no meu celular, mas ele controla o que vale a pena gastar ou não.
Esses dias eu dei um cartão pré-pago pro Gabriel. Ele recebe 50 reais de mesada por mês e eu já devia a do mês de julho. Esse cartão funciona como um cartão de crédito, desde que ele tenha saldo. Qualquer transação que ele faz eu vejo pelo aplicativo instalado no meu celular, mas ele controla o que vale a pena gastar ou não. Atualmente, ele gasta com uma guloseima na cantina às sextas feiras e quer juntar para comprar um jogo no PS4.
Mas dar mesada não é fácil. Tem que ter controle, não ceder às tentações (a gente sempre quer agradar filho, né?) e ensinar ao filho que ele precisa separar um percentual da mesada no cofre, fora do seu cartão.
O aplicativo me mostra os gastos do cartão pré-pago, saldo e a utilização.
E vocês sabem que eu comecei a minha carreira jornalística cobrindo mercado financeiro, aprendendo o valor do dinheiro e a importância de consciência financeira para a nossa vida. Por isso que eu sigo à risca as dicas do educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Ele é autor do livro “Mesada não é só dinheiro”, que eu estou louca para ler. Dá uma olhada nas dicas dele:
Desequilíbrio
A criança não deve guardar todo o seu dinheiro para os sonhos. Ela precisa separar 50% de sua mesada para o consumo cotidiano e se dar o direito de comprar algo que deseja – sem excessos. Por incrível que pareça, a disciplina rígida que alguns pais impõem dentro de casa pode acabar transformando seus filhos em crianças obsessivas com o dinheiro e, consequentemente, em futuras pessoas avarentas.
Violação
Os pais não podem, de forma alguma, usar o dinheiro que a criança vem guardando para os seus sonhos como empréstimo. Essa recomendação pode parecer absurda, mas existem muitos casos, no âmbito familiar, em que os pais ou responsáveis mexem no cofrinho do filho ou retiram algum valor da caderneta de poupança da criança para pagamento de uma conta da casa ou mesmo para uso particular.
Eu já precisei fazer isso uma vez, quando peguei 30 reais para usar na feira. Pedi ao Gabriel e, no fim do dia, trouxe o dinheiro de volta. Sei que não é certo, mas era uma emergência. Agora que li isso, tentarei sempre deixar um dinheiro em espécie em casa!
Ruptura
Nunca atravesse as etapas de esforço e crescimento de seu filho. Jamais compre o objeto de sonho dele antes que a criança consiga juntar o dinheiro para conquistá-lo. Isso fará com que ele registre na mente, para o resto da vida, a ideia de que não precisa lutar para conquistar as coisas que deseja.
Permissão
Aprenda a dizer não, é para o bem da criança. Durante a implementação da mesada, você vai se deparar com a seguinte situação: a criança vai gastar todo o dinheiro antes de o mês terminar. É natural, ela está aprendendo e vai pedir mais quando isso acontecer. Mas ela deve vivenciar as consequências de seus atos.
Desmedida
A mesada não pode ser usada nem como prêmio, nem como castigo. Há pais que, por impulso, decidem não dar mesada por um período de tempo ao filho, por mau comportamento ou notas baixas, por exemplo. Ou então, dão a mesada porque o filho fez alguma atividade doméstica. A mesada deve ser respeitada e jamais virar uma moeda de troca ou “barganha” entre pais e filhos.
Remuneração
A mesada não é salário. Salários são pagos para quem trabalha e criança não pode e não deve trabalhar. Esse é um dos conceitos que nunca é demais reforçar, para que as coisas fiquem realmente claras. Salário é salário, mesada é mesada!
Sonegação
Os adultos devem ensinar as suas crianças, desde cedo, que tudo que compramos deve vir com nota fiscal, desde um chocolate até uma bicicleta. Portanto, não deem o exemplo errado para os seus filhos, negociando uma compra sem nota fiscal para obter desconto.
Baiana de corpo e alma e paulistana por opção. Jornalista, corredora, mãe de dois, esposa, escritora e influenciadora digital.
Ligada no 220v, mas amante da preguiça, do vinho, de uma boa cozinha e de Wi-Fi.
Viajante de carteirinha: por terra ou por ar, correndo ou pedalando, com os filhos ou sem eles.
Mulher, mãe e dona das próprias vontades.
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