Pai não ajuda, pai cria junto.
Ajudar, por si só, já parte do pressuposto que a criança é só da mãe e que esse pai quebra um galho. É isso mesmo que você espera para o seu futuro como mãe?
Ajudar, por si só, já parte do pressuposto que a criança é só da mãe e que esse pai quebra um galho. É isso mesmo que você espera para o seu futuro como mãe?
Esses dias numa loja:
“Eu queria um bebê boneco, um menino.”
“Ah, senhora, não temos, só bebê menina. Tem boneca que faz xixi, que troca a fralda e que chora. A sua filha não gosta dessas?”
“É para o meu filho. Ele já brincou com bebê menina. Agora quer um boneco com pipi e sem vestido.”
“Não temos bonecos para meninos.”
E assim saio da loja, em busca de um bebê menino, para satisfazer a vontade do filhote de três anos de ter um boneco com pipi e shorts (como ele).
Um reflexo claro do que ele vê em casa, na minha opinião. Ele quer fazer como o pai, que dá banho, troca a roupa, faz a janta. Como não tem um irmãozinho menor, quer um boneco menino, de shorts, para dar banho, trocar a roupa e preparar comidinha.
E por falar em pai que dá banho, troca a roupa, faz a janta, tenho escutado muito sobre esse lance do pai estar presente, do pai ajudar ou do pai ficar com o filho. Ajudar? Pai não ajuda, gente! Pai faz parte, cria junto. Ajudar, por si só, já parte do pressuposto que a criança é só da mãe e que esse pai quebra um galho. É isso mesmo que você espera para o seu futuro como mãe?
Costumo dizer aqui em casa que somos uma Sociedade Limitada com divisão igual de direitos e de deveres. Fifty-fifty, sabe? Não tem essa de “me ajuda aqui com ele.” Temos tarefas bem equilibradas, coisas que fazemos porque amamos e outras que fazemos porque precisamos.
Eu adoro dar banho. O pai dá a comida na boa (e eu não tenho paciência, sempre termino numa chantagem). Amo ler para eles antes de dormir. O pai já curte acordar cedinho e sair com os meninos, tipo turma do Bolinha. Ele é do dia e eu da noite. Um leva ao futebol; o outro à natação. Um deixa na escola; o outro pega.
A gente não fica riscando no papel quem fez mais, sabe? É um equilíbrio natural das coisas. Porque a participação é igual. A presença da mãe é tão constante como a do pai. E ainda bem que é assim.
Mas o que eu percebo é que, muitas vezes, a mãe não deixa o pai se aproximar. Ela acaba podando essa aproximação entre pai e filho por insegurança, por achar que dá conta de tudo, por achar que o pai nunca vai fazer da forma certa.
Está errado. Ele vai fazer do jeito dele. E tudo bem. Pode ser que a criança não saia com tudo combinando, pode ser que ela durma com ele no sofá. Pode ser que não coma todo o jantar. Pode ser.
Mas, assim como você tem o seu jeito de ser mãe, o pai do seu filho tem o jeito dele de ser pai. E o mais legal dessa história toda é que a diversidade estimula o desenvolvimento, faz essa criança ficar esperta para a vida e, vai por mim, torna a maternidade muito mais tranquila.
É preciso desconstruir. É preciso inverter papéis. Não é você, mãe, que deseja uma nova geração com adolescentes conscientes e adultos participativos na vida e na sociedade? Bem, para isso acontecer, a mudança tem de começar em casa. É você que tem de criar essa criança com diferentes padrões, que tem de fazer diferente.
E se o seu filho tiver vontade de pôr um boneco bebê para dormir ou fazer comidinhas, ou a sua filha gostar de futebol ou pedir uma chuteira de Natal, não se desespere. Orgulhe-se, porque na sua casa existe participação ativa do pai e da mãe. E sua criança se identifica com um e com o outro. E esse já é um grande passo!
Colaborou Edna Perrotti
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Bom… adorei a matéria! Na minha casa procuramos fazer essa divisão, infelizmente as mães tendem a ser “leoninas” em relação as tarefas com filhos. Procuro estimular as brincadeiras de forma igualitária, meu filho tem um boneco Júlio ( do cocoricó ) que é seu filho… minha filha adora usar os caminhões para colocar as barbies trabalhar… assim vamos tentando criar um futuro melhor para nosso mundo.
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Que legal. O meu mais velho tinha um Júlio e era o filho dele tbm. Quando o Rafa pediu o boneco menino eu procurei, mas não achei. Ainda vende? Vou procurar! Aqui também a gente tenta fazer tudo igual. Não só nas tarefas como nos princípios, que homem/menino lava louça, arruma a cama, faz comida… Temos que ensinar desde agora, não acha? Bjs
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Adorei!!!!!
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😍❤️
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Fantástico! O lance é que algumas (várias) das mães que reclamam que o marido “não ajuda”, acabam não percebendo que elas mesmas estão promovendo essa difrença no papéis…
Jà chega desse pai que não troca fralda e da mãe que sofre sozinha né?! Bora atualizar!
Eu falei sobre isso no meu blog e criei um material pespecial pra dar uns toques pros pais de primeira viagem, que como a maiora de nós homens, foi criado num mundo bem machista, mas agora quer dar um passo a mais na evolução da espécie… Ebook gratuito “SEJA UM PAI MAIS PRESENTE” – https://paisdeverdade.wixsite.com/blog/downloads.
Fabio.
http://www.paisdeverdade.wixsite.com/blog
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Gostei!! Aqui em casa meu marido quando faz alguma coisa diz “eu te ajudo em casa” e acha que faz muito, que a parte de é só trabalhar fora.
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Tem que mudar o discurso. Não me ajuda, você faz a sua parte (ou parte dela).
A partir de trabalhar fora, acredite, é a mais fácil.