Quando um filho nasce as prioridades mudam, certo? E a gente começa a planejar o futuro antes mesmo deles decidirem o que querem ser quando crescerem. Agora, alguém aí se preocupa com o próprio futuro? Ou melhor, com o fim da vida? Já pensou que, quando a terceira idade chegar -ou o (pouco) benefício do INSS bater à porta, talvez seja necessário complementar a renda? E você não vai querer depender dos seus filhos, no final da SUA vida, vai?
Na coluna da Wintrade deste mês eu falo exatamente isso: como não se tornar uma pedra no sapato dos filhos. E, para isso, contei com a ajuda do expert em previdência Álvaro Modernell. Dá uma olhada no texto da coluna, na íntegra:
Pensar apenas no futuro financeiro do filho – e se esquecer da própria poupança- pode causar aborrecimentos e brigas familiares, além de um grande rombo na conta corrente
Quando nos tornamos pais a nossa prioridade muda. Já sabemos que deixamos de fazer muito por nós para fazer pelos filhos e, algumas vezes, abrimos mão do que desejamos para o nosso próprio futuro a fim de atender às necessidades dos herdeiros. Isso pode ser muito legal na teoria, mas, na prática, precisa ser planejado. Principalmente quando falamos de dinheiro. Afinal, o que é investido para o início da vida deles hoje, pode faltar para o fim da vida dos pais, daqui uns anos.
Um exemplo prático: um casal de cerca de 30 anos tem filhos, faz investimentos para eles, pensa na aposentadoria, dá escola, faculdade e tudo que é possível para garantir o futuro das crianças. Duas ou três décadas depois, ao se aposentarem (a taxa média de aposentadoria do brasileiro é de 53 anos), esse casal vê a sua renda mensal despencar para o teto da aposentadoria do INSS ou, mesmo somado com alguma previdência, a algo muito menor do que a remuneração mensal a qual estavam acostumados durante os últimos anos.
Como manter o mesmo padrão de vida? Como encarar a velhice, as doenças, as necessidades de medicamentos, tratamentos ou outras prioridades que chegam com a terceira idade?
Para responder a essas minhas questões –porque à espera do segundo filho eu estou muito mais preocupada com o plano de previdência deles do que com o meu, que está esquecido no débito automático há anos- fui atrás do educador financeiro Álvaro Modernell, especialista em previdência privada e sempre muito coerente em suas explicações.
“Você deve lembrar que uma previdência para as crianças é um luxo, um adicional, algo que as incentivará a começarem a vida, a fazerem uma viagem, a comprarem um carro. Já a sua previdência, para o fim de aposentadoria, é essencial. Ela deve, inclusive, ser prioridade se tiver que escolher entre a das crianças e a do adulto”, avaliou.
Em outras palavras, preciso rever meus investimentos e minhas prioridades, pensando o que eu quero para a minha vida daqui a 20, 30 anos. E uma coisa é certa: não quero depender dos meus filhos para envelhecer. Não quero receber mesada deles nem que a conta do meu plano de saúde seja quitada por dois jovens que estarão, lá na frente, começando a vida.
Já imaginou ter que fazer o filho abrir mão de uma especialização ou de uma festa de casamento, pois não me organizei o suficientemente bem para poder arcar com um plano de saúde ou um tratamento para alguma doença que venha a aparecer?
“Isso é mais comum do que imaginamos: casais que envelhecem e passam a depender dos filhos, pois o padrão de vida, após a aposentadoria, cai. Por isso digo que a previdência privada para o fim da aposentadoria é mais importante do que aquela que é feita com o objetivo de investir no futuro do filho”, complementa Modernell.
O mais importante: diversifique seus investimentos e priorize a sua poupança. Se, para os filhos, você deposita R$ 100,00 por mês, contribua com pelo menos o dobro para a sua própria “poupança da terceira idade”. Refazendo essas contas e avaliando as prioridades, você poderá envelhecer em paz, sem se tornar uma pedra no sapato dos filhos.
Para ler os outros textos na coluna de consumo e comportamento financeiro infantil na Wintrade é só clicar AQUI!