Este ano o nosso roteiro de férias foi intenso. Os meninos aproveitaram muito e ficamos entre o litoral baiano e o paulistano. Todos os dias nas praias, curtindo a família e os amigos. E, claro, comendo e bebendo fora de casa, em restaurantes e durante os passeios ao ar livre. E quando isso acontece, não tem jeito: preciso dobrar a atenção com os meninos, que adoram uma novidade alimentar, o que, muitas vezes, resulta em uma bela dor de barriga.
Com Rafinha tudo era novidade. Aos dois anos, está descobrindo o mundo da gastronomia infantil. Ele tem uma rotina alimentar superdefinida e regrada, mas não pude proibi-lo das minhas delícias baianas. O menino provou queijo coalho na praia, acarajé, suco de umbu, chupou siriguela, picolé capelinha, cocada, tapioca… amou tudo! E este aí me dá problema? Não! Mas, por mais que ele não tenha problemas intestinais, a diarreia (e as assaduras causadas por ela) foram inevitáveis. O desconforto intestinal por comer alimentos fora do cardápio alimentar dele, somado ao calor baiano, além da quantidade de água que ele acaba bebendo do mar e da piscina, nos deixou alertas durante toda a viagem.
Imediatamente falamos com o nosso pediatra, que medicou o Rafa, indicou pomadas para passar nas assaduras e uma hidratação reforçada. (Em geral, o cocô da diarreia é bem ácido e, em contato com a pele, acaba ferindo. Além disso, a limpeza, várias vezes ao dia, aumenta o atrito com a pele do bebê).
Com Gabriel, o mais velho, a causa do mal-estar foram as viroses mesmo. Ele, que este ano estreou nas aulas de surfe, tomou alguns caldos no mar e engoliu água. Aí não tem jeito. A “virose praiana” do litoral paulista é bem conhecida, né? E os sintomas são quase sempre os mesmos: febre, vômito e diarreia.
No caso do meu mais velho, novamente recorremos ao pediatra, que prescreveu basicamente o mesmo tratamento. O curioso, pelo menos para mim, é que ele sempre se preocupa mais com o quadro de diarreia do que com os vômitos. Quando eu, na minha ignorância materna, achava que o cocô mole não merecia tanta atenção…
Mas isso é porque a diarreia é um dos problemas que mais matam as crianças no mundo. E é importantíssimo cuidar e tratar, sempre com supervisão médica, o mais rápido possível! Segundo dados da UNICEF, por exemplo, a diarreia, esse inconveniente, mata cerca de 1,5 milhão de crianças a cada ano. E o mais alarmante é que existem tratamentos baratos e eficazes contra ela. Porém, nos países em desenvolvimento, apenas 39% das crianças com diarreia recebem o tratamento recomendado.
Por isso que eu falo da importância do pediatra e sou extremamente contra a automedicação – mesmo quando eu sei exatamente o que fazer, como no caso das viroses. Aliás, somente o rotavirus, o famoso causador do mal-estar durante esta época do ano, é responsável por mais de 40% de todas as internações de crianças com menos de 5 anos.
Bem, o tratamento para a diarreia, como bem explicou o pediatra dos meninos – e os dados da UNICEF também reforçam – é muita hidratação, de forma correta e com líquidos adequados, e a administração de zinco, que reduz a gravidade e a duração dos episódios.
Por isso, fica a dica para a próxima viagem de férias: tenha sempre a medicação correta na maletinha de medicamentos, a colher-medida (disponível gratuitamente em postos de saúde), para o caso de reposição via soro caseiro, e peça todas as orientações ao pediatra, de quando e como tratar a diarreia nas crianças. Elas estando bem, a gente fica feliz!
A UNICEF tem um plano de sete pontos para salvar a vida das crianças afetadas por diarreia, que é dividido entre prevenção e tratamento. Acho importante as mães terem acesso a esse material, pois são medidas muito simples, que podem, inclusive, salvar vidas!
Os cinco elementos da prevenção:
- Vacinas contra rotavírus e contra o sarampo. (Veja com o pediatra das crianças a disponibilidade e a possibilidade de vaciná-las. É sempre bom!)
- Aleitamento materno imediato e exclusivo e suplementação com vitamina A. (Para os bebês, o leite materno é sempre o melhor remédio!)
- Lavar as mãos com água e sabão. (Ensine isso para as crianças desde sempre! É muito importante, principalmente para os menores que ainda estão na fase oral!)
- Melhorar a qualidade da água e aumentar seu consumo. (Em viagens ou lugares onde você não sabe a procedência da água, o ideal é comprar água mineral.)
- Promover o saneamento básico nas comunidades. (Não deixe as crianças brincando em locais sujos ou praias inapropriadas.)
Os dois elementos do tratamento (sempre com a orientação do pediatra!):
- Substituição de líquidos para evitar desidratação.
- Administração de zinco – como o BioZinc, encontrado nas farmácias de todo o país, que reduz a gravidade e a duração dos episódios de diarreia.
Prevenindo a “diarreia de verão” nas crianças - Mundo Notícia
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