
A dinda de Gabriel, e minha melhor amiga, ainda não conhece a segunda sobrinha, Nina, que mora no México. Quer dizer, graças ao Skype até eu e Gabriel já a visitamos virtualmente. Mas Nati não a carregou no colo, nem a pôs para dormir, o que é muito, muito ruim quando você ama uma pessoa que está longe.
Nós adultos até conseguimos lidar com a distância. Mas e as crianças? Como vocês sabem, minha família é de Salvador e há 11 anos eu moro em São Paulo. A minha saudade é administrada por trocas intermináveis de email, MSN, Skype e posts no Facebook. E por mais que Gabriel já tenha Orkut e Twitter (sim, criamos uma arrobinha para ele ainda recém nascido), ele não sabe usar. Por isso eu recorro às fotos. Muitas fotos.
Tento registrar absolutamente todos os momentos de Gabriel, sempre que vamos a Salvador e ele encontra com nossa família. Lá na nossa parede de fotos temos vovô Pretto, vó Vone, vó Biza, vó Nádya, tia Bia, além de amiguinhos, primos, as tias, os avós daqui de São Paulo e todas as pessoas que ele conhece, mas não encontra sempre. Dessa forma eu tento fazer com que ele registre e lembre das pessoas. E vira e mexe a gente vai na parede de fotos e fica olhando e ele identificando as pessoas.
Os vídeos e redes sociais são super bem-vindos nessa “estratégia de resgate da memória fotográfica”. E ele adora se ver no vídeo, ver ele brincando com o avô, com os primos, na Bahia, na praia. É super divertido sentar e assistir, com Gabriel, às coisas que ele faz.
Fiquei sabendo que a Vó Nádya, de Salvador, está fazendo um lindo livro de lembranças para Gabi, da nossa família baiana, de presente de aniversário. E achei tão lindo que chorei (ok, normal para mães). Mas é que a fotografia, em meio a máquinas digitais, smartfones e avatares, é uma lembrança eterna. É poder concretizar a lembrança e olhar no olho, mesmo sem ser ao vivo. E eu espero que Gabriel goste disso. E que bom que ele está tomando gosto pela tecnologia que nem a mãe!