A noite foi caótica. Fizemos um jantar e eu queimei a carne, obviamente. Gabriel foi dormir e não contamos nada a ele. Por orientação da Dra. Lú (que tem um casal, sendo que o mais velho tambó em tem 5 anos e ela bem conhece a ansiedade das crianças) e porque eu precisava que ele fosse à escola no dia seguinte para terminar de organizar as coisas.
Fui à casa da minha sogra e peguei parte da lembrancinhas que estávamos fazendo. Liguei para a querida Indrid, da Dip En Dap, que : “Rafael chega amanhã”. A história era bem parecida a do meu amigo Ike Levy, do blog Fotografilhos, que recebeu Tony com quase um mês de antecedência. E eles já tinham deixado a fofa da Ingrid louca com a correria da maternidade. Eu precisava de alguma coisa para a lembrancinha, porque não conseguiria fazer os bloquinhos que eu tanto queria em tempo. Pelo menos não todos numa única madrugada.
Ingrid disse que resolveria. Confio em baiano. É nego que não deixa a corda arrebentar. Se ela vai resolver, não vou me preocupar. Love you, #celebrationbydipendap (depois vocês entenderão…)
Durante o jantar tomei vinho. Uma ou duas taças, seguido de muita água. Precisava pelo menos sentir a musculatura relaxar. Precisava interagir com meu marido de forma tranquila, sem que uma lágrima de nervoso caísse de meus olhos. “PQP, daqui a 24h estou com meu segundo filho no colo.” Tava tensa a coisa.
Dra. Lu disse que estava tudo ok, a menos que Rafa ficasse mais de 3 horas sem mexer. “Pode dormir, na hora que você dormir ele vai relaxar. Enquanto tiver acordada vai prestando atenção.” Não preciso dizer que esse foi o meu trabalho de parto, né? Contar de quanto em quanto tempo Rafael Pires mexia em minha barriga. ahhh mas vou dormir… claro, tranquilinha da silva! SQN!
Refiz mais uma vez as malas. E montei a mala de Gabriel. Já tinha pensado em fazer o upgrade de quarto para a suíte do São Luiz que tem a antessala e dois sofás. Porque Gabi disse que dormiria com a gente e eu queria que ele tivesse total opção de escolha e conforto. Não é uma prática do hospital, mas eles também não se opõem ao alojamento coletivo, caso os pais solicitem. Se a criança quiser dormir com os pais e o bebê, ela dorme. Não terá cama extra, afinal não é hotel. Mas dá pra fazer um acampamento e deixar o filho mais velho lá com você, sim. Ninguém merece esperar nove meses pelo nascimento do irmão e ser banido justamente de ficar pertinho.
Malas prontas, fui terminar alguns dos bloquinhos de lembrancinha. Estou desde janeiro trabalhando neles e queria pelo menos terminar a metade. Passava das 5 da manhã quando encerrei a produção, com 45 bloquinhos na sacola da maternidade.
Dormi cerca de 3 horas, pois não desmarquei a drenagem da sexta-feira de manhã. Terminei, respondi e-mails do trabalho e organizei todas as coisas. Fui na lavanderia pegar as roupas da maternidade e ao meio-dia estava almoçando bife à milanesa na casa da sogrinha, que realizou meu último desejo antes da chegada de Rafael. Depois era jejum.
O marido pegou o filho na escola e demos a ele a notícia: Seu irmão vem hoje. Ele ficou tenso, disse que não queria, alisou a minha barriga. Pensei: é, esse desespero é normal, vai se acostumando. Em breve você não será mais filho único. Claro que mantive esse pensamento em minha cabeça. Dei um super abraço e falei: vamos tomar banho para esperar o Rafael.
Saimos para a maternidade. Coração na mão. Rafa mexendo (claro que o tempo todo). Todos tensos no carro. Saí de casa com um filho e voltaria com 2. Estava, ali, a um passo da grande mudança da nossa vida.
Continua…
Leia também:
O nascimento do segundo filho – parte 1
O nascimento do segundo filho – parte 3