Recentemente foi sancionada a lei que libera o uso dos celulares para atividades pedagógicas (orientadas por professores) nas escolas de ensino fundamental e médio das escolas públicas de São Paulo. O que vocês acham disso? Eu ainda não tenho uma opinião formada sobre o assunto…
Em tese, liberar o uso do telefone na sala de aula não muda a forma de aprendizagem, pois o aparelho deve ser um complemento ao desenvolvimento das atividades e isso ajuda no acesso aos conhecimento. Mas será que as nossas crianças têm essa consciência? Você, como mãe, sabe controlar o uso do telefone nas reuniões de trabalho, numa aula ou enquanto está brincando com o seu filho? Ou vive dando aquela espiadinha?
Tenho problemas com o uso de telefone em casa. Se eu deixar, o meu filho fica fuçando no aparelho o tempo todo. Nem tanto no WhatsApp, que ele usa mais para os grupos da escola. Ele gosta mesmo é do Youtube e dos joguinhos. Mas a crise mesmo é entre eu e o marido durante as horas que estamos com os meninos. Tenho me controlado muito para não tocar no aparelho nas duas horinhas que eu fico com eles a noite.
E se para nós é difícil mantemos autocontrole, o que a gente pode falar das crianças? Concordo que eles precisam ter acesso à tecnologia, acho extremamente importante para o conhecimento e o aprendizado. Mas os professores estão preparados para controlar esse uso dentro da sala de aula e manter a disciplina da consulta acadêmica longe da consulta aos bate-papos?
Por outro lado, acho válido já dar essa responsabilidade para crianças, para elas terem o autocontrole, saberem que existe a hora do estudo e a hora da diversão, etc e tals. Afinal o comportamento delas com os eletrônicos já está incorporado ao dia a dia. Talvez esse senso de controle seja até mais assimilado pelas crianças do que pelos adultos.
Enquanto fechava esse texto, recebi um artigo falando sobre o tema e escrito por Karen Andrade, consultora em tecnologia educacional e que esclarece algumas das minhas dúvidas:
“Trabalhar com o celular em sala de aula faz parte de uma política adotada em muitas escolas, conhecida como BYOD – Bring Your Own Device – traduzida como “traga seu próprio dispositivo”, na qual é possível trabalhar com os recursos trazidos por alunos e professores, sejam celulares, tablets, entre outros, alinhando-os ao contexto de cada atividade, despertando o interesse pelo conteúdo desenvolvido.”
Segundo ela, o engajamento passa a ser de todos (gestores, professores e alunos) em assumir o desafio e o gerenciamento, no sentido de que podem, sim, trabalhar juntos para que práticas inovadoras sejam sempre integradas aos conteúdos e encontrem a melhor forma para que a permissão do uso do celular realmente faça sentido em relação à aprendizagem.
“Além de proporcionar informação a qualquer hora e em qualquer lugar, o celular permite usar aplicativos educacionais, possibilita a conexão com os colegas da turma para criação de narrativas colaborativas e a criação de conteúdos, tanto dentro quanto fora da sala de aula, com vídeos, fotos, GPS, redes sociais e uma infinidade de possibilidades pedagógicas e por meio da tecnologia.”
Olhando por este ângulo, o uso do celular para fins educativos pode ser bem positivo. Mas, como disse, ainda não tenho uma opinião formada sobre esse tema. Mas queria muito ouvir outras mães e trazer esse debate para a nossa vida. Acho que pode ser importante para o desenvolvimento das nossas crianças.
Fonte: Karen Andrad, consultora em Tecnologia Educacional da Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil graduada em Processamento de Dados, pós-graduada em Computação Aplicada e pós-graduanda em Educação e Tecnologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).