
Eu AMO o Dr. Nabil Ghorayeb, do HCor. Ele foi o primeiro médico a me incentivar a parar de fumar (sim, eu fumava) e começar a correr, mesmo quando eu ainda tinha asma, em meados de 2001. Ná época ele ainda aceitava planos de saúde no Hospital do Coração, e eu fiz todo meu Sport Check Up para entrar nas pistas de corrida. Somado a ele, esse texto publicado na coluna Eu Atleta da Globo.com retrata bem o que falo há tempos. Atividades esportivas para criança sdeve ser for fun! Tenho raiva dos pais que vão para as provas de corrida kids com metas para os filhos.
Outro dia vi uma menina de seus 4 pra 5 anos, toda paramentada, com meia de compressão (Oi??) e uniforme da assessoria de corrida. Pelo que entendi ela era filha dos treinadores ou dono da assessoria. E os adultos falavam assim: Vai! Foque na chegada, você tem que ganhar, são apenas 100 metros e você tem que chegar em primeiro.
Vontade imensa de me meter no papo e falar: menina, relaxe e brinque! Aproveite essa prova!
Obviamente ela não foi a primeira e caiu no berreiro.
Daí hoje eu li esse texto do Dr. Nabil e resolvi compartilhar. Porque é bem isso que eu falo, numa linguagem médica e menos emotiva do que a de uma mãe revoltada com a atitude de outros adultos…
Dá uma olhada em alguns trechos que separei!
(…) incentivar a atividade física talvez seja o mais importante ato de saúde neste momento. Desde criança devemos incutir, sem cobranças dos pais por vitórias, o gosto pela atividade física e esportiva.
Até a chamada pré-adolescência, o recomendado pela Medicina do Esporte e do Exercício é deixar a criança conhecer e experimentar a maior diversidade de esportes. A partir dos sete anos, apesar da pressão de treinadores de toda ordem, evitar competições desnecessárias nessa faixa de idade, que mais desgastam o gosto pelo esporte e podem levar essa criança à desistir de ser um futuro atleta e mesmo simples esportista, depois de alguma derrota.
O crescimento biológico não queima etapas e, ao vermos atletas de origem asiática vencendo provas olímpicas precocemente, lamentamos por elas, a perda da infância lúdica e a absurda cobrança de responsabilidades fora de tempo e fora de idade para isso. Serão adultos infelizes na sua maioria. Estimular a criança de esportes individuais a praticar os coletivos é básico para aprender a ganhar e perder em grupo, dividir os resultados e ser mais sociável na sua vida em sociedade.
Lá em casa eu sempre estimulo a atividade física. Seja ela qual for. Ontem escutei do meu filho uma frase fofa, que me inflou de orgulho: “Hoje tive aula de RPG. Estou totdo alongadinho e retinho. E não vou sentir dores.” Fala se não é para morrer de amor? Uma criança de 4 anos já entrando em contato com aulas de alongamento e já percebendo, mesmo de forma lúdica, a importância da boa postura e membros alongados.
Hoje ele saiu saltitante, pois tinha aula de natação de manhã e judô à tarde. E essa felicidade é dele. Só dele. Sem cobranças ou metas, sem obrigações. No dia que ele não estiver afim de natação ele não vai, oras. Como no ano passado, época que pegou argh da escollinha de natação e, sem pertanejar, nos o tiramos das aulas.
Esporte tem que ser prazer. Tem que ser vontade. Principalmente nessa fase da vida. Se bem que eu, com meus 33 anos ainda penso assim. Pra mim a corrida vai ser sempre for fun! Porque é assim que ela me faz bem!