Essa semana eu passei ausente. Eu, os meninos e a nossa vida. O perrengue da gripe começou na madrugada de domingo para segunda. Acabou comigo. Mas era aniversário do filho e eu tinha que ser alguém para montar a festa da escola. Depois disso, confesso, eu desabei. Não vimos a Dory, não fomos à escola. Dory, que Dory?
Na terça, com a chuva e o frio, veio a rebordosa nos meninos. Todo mundo em casa: de cama, na cama, se ama! Mas todas essa piadinhas são apenas para descontrair, porque o inverno está aí e com ele vem a gripe. Peraí, gripe ou resfriado? Virose, gripe ou mal-estar?
Confundi!
E aqui no Dica de Mãe, quando falamos de saúde e da vida desses pequenos, gostamos de recorrer aos nossos especialistas. Porque instinto de mãe é fera (e é mesmo), mas quem diz o que fazer deve ser é sempre um especialista, né?
Para começar…
Qual é a diferença entre gripe e resfriado?
A gripe e os resfriados são infecções comuns do sistema respiratório. Apesar de as pessoas as vezes, confundirem, chamando um resfriado de gripe ou uma gripe leve de resfriado, existem diferenças fundamentais entre essas duas infecções:
A gripe é uma infecção do sistema respiratório, altamente contagiosa, causada unicamente pelo vírus “influenza”, potencialmente grave e que pode provocar epidemias. Apesar de ser uma doença, na maioria das pessoas, benigna e auto-limitada, podem ocorrer complicações, como por exemplo, as pneumonias, podendo provocar até a morte, especialmente em determinados grupos, como os idosos, as crianças pequenas e nos portadores de doenças crônicas (como asma, diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares, etc.).
Os sintomas da gripe incluem:
- Febre (38 o c a 40 o c) de início abrupto com duração de pelo menos dois ou três dias
- calafrios
- dores musculares
- cansaço
- mal-estar
- falta de apetite
- tosse
- dor de garganta
- dor de cabeça
- sensação de intensa fraqueza.
O resfriado comum é uma infecção que acomete as vias aéreas superiores, causada por diferentes vírus sendo os rinovírus os mais freqüentes. Têm início progressivo, seus sintomas são normalmente mais brandos e de curta duração, raramente observa-se febre, acometem mais o nariz e a garganta e se caracterizam principalmente por:
- coriza
- congestão nasal
- espirros
- dor de garganta
- tosse
Os resfriados podem ocorrer várias vezes no ano, causados por diferentes vírus. Já a gripe geralmente ocorre uma vez por ano, durante o período de circulação do vírus influenza.
Qual a maneira mais eficaz de se prevenir?
A melhor maneira de se prevenir da gripe é mesmo com as vacinas, pois elas são fabricadas com pedaços dos vírus mortos. (é isso mesmo!!) Portanto, não podem causar gripe.
E como ocorre nas outras vacinas, a gripe pode bater na sua porta mesmo você estando com a vacina em dia. Mas aí ela vem mais leve e com recuperação mais rápida do que em não-vacinados.
(foi o que aconteceu comigo: 24 horas derrubada. Rouquidão, febrinha e calafrios por 24 horas. no dia seguinte a cabeça incomodava. E hoje… olha eu aqui!)
Ah, e quem se vacina sabe que para gerar proteção, são necessários pelo menos 15 dias após a vacinação para que o nosso corpo armazene anticorpos protetores. Além disso, a vacina da gripe não oferece nenhuma proteção contra doenças causadas por outros vírus, que não o vírus influenza.
Quem deve receber a vacina da gripe?
O Ministério da Saúde recomenda a vacina de gripe anualmente para:
- idosos (mais de 60 anos)
- crianças de 6 meses a 5 anos de idade
- crianças com mais de 6 meses
- adultos de qualquer idade que façam parte dos chamados grupos de risco (portadores de asma e de outras doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas, doenças metabólicas, como o diabetes mellitus, pessoas com comprometimento da imunidade e pessoas que façam uso crônico de ácido acetil salicílico)
- gestantes e puérperas.
Bebês com menos de 6 meses podem receber a vacina?
Não! A vacina não pode ser aplicada em crianças menores de 6 meses de idade; assim, a melhor maneira de protegê-las é através da vacinação dos seus familiares e das pessoas que tenham contato com estas crianças.
(E isso é sério. Deixe um álcool gel à vista, máscaras de proteção facial e recuse visitas de crianças e pessoas com sintomas de gripe nos primeiros meses de vida do bebê. A dica vem de quem teve um filho de dois meses infectado com vírus respiratório. E a sensação –and tratamento– é péssima!)
A melhor época para fazer a vacina é no início do outono, antes do início da temporada de gripe.
Mitos e crenças:
É importante frisar que os estudos científicos não conseguiram demonstrar que o uso de vitamina C ou o consumo de chás como os de hortelã e menta diminuam as complicações da gripe.
Andar descalço, beber gelado ou tomar banho quente e sair no tempo frio, são situações que podem desencadear rinite e outras manifestações respiratórias, principalmente em pessoas alérgicas. Mas não estão relacionados à gripe propriamente dita.
Viu, voinha????
Fonte: o texto de hoje tem participação do “Dr. Nuk” Marco Aurélio Safadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará.
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