
Enquanto o nosso bebê mama no peito, tudo fica sob controle: a gente come bem, ele se alimenta bem.
Sabemos que o leite materno fornece ingredientes essenciais para a nutrição e o crescimento e que, com a nossa alimentação balanceada, tudo vai dar certo. Mas, e depois? Como saber se estamos oferecendo todos os nutrientes e vitaminas, se ele está bem nutrido, se não estamos exagerando ou pecando com determinado tipo de alimento? Você sabia, por exemplo, que a vitamina C, quando associada ao ferro, AUMENTA a absorção desse nutriente pelo organismo?
Quando começamos a fase de transição alimentar (aquela em que, em geral, mantemos o leite materno e incluímos as papas doces e salgadas), devemos fazer esse equilíbrio alimentar bem direitinho. Segundo a pediatra e nutróloga Virginia Rezende Weffort, nessa idade, a criança já precisa de mais nutrientes além dos contidos no leite materno e está preparada para receber alimentação pastosa para continuar com o desenvolvimento e o crescimento adequados. É a hora de você colocar a mão na massa e usar a criatividade para fazer refeições bem nutritivas!
“Não se deve oferecer sopas e comidas ralas, pois elas não fornecerão a quantidade de nutrientes suficientes, predispondo à anemia ferropriva e às deficiências de zinco, de vitaminas A e C e de complexo B”, explica o pediatra Claudio Len. Ele avisa que, por mais variado e benfeito, dificilmente o cardápio das crianças consegue acompanhar o que recomenda a pirâmide alimentar, principalmente se olharmos para as vitaminas e os micronutrientes. “Dificilmente, na alimentação, crianças ingerem adequadas quantidades de fibras, zinco, ferro e vitaminas, como a A e a D.
Calcule quantas calorias o seu filho (de 0 a 1 ano) precisa por dia:
Meninos: 113 x quilos
Meninas: 107 x quilos
Uma ajuda extra
Em alguns momentos, explicam os especialistas, é necessário usar alguns suplementos na alimentação do bebê. Seja na forma de alimentos industrializados (como fórmulas ou cereais infantis) ou na forma de medicação.
“Os cereais têm maior conteúdo de ácidos graxos essenciais, vitaminas B e E, ferro, selênio, zinco e outros micronutrientes muito importantes”, explica Jairo Len. O médico ressalta que os produtos que contêm probióticos (bactérias benéficas importantes para a flora intestinal) são ainda mais completos e podem ser oferecidos no cereal infantil na forma de mingau. Eu já falei sobre isso no post de nutrição infantil passado. Leia aqui!
Cabe uma conversa franca e uma análise do pediatra!
O que pode ser suplementado:
- Durante a fase de aleitamento materno exclusivo, ele precisará receber só a vitamina D, na dose de 400 UI por dia (3 gotas), a partir da primeira semana de vida. “Isso porque pouca vitamina D3 é sintetizada pela pele no período em que o bebê toma o banho de sol (antes das 10 horas e após as 15 horas)”, explica Virgínia.
- O ferro pode ser suplementado na fase de introdução das papinhas até os 2 anos, na dose de 1mg/kg/dia (dose diária: 1mg de ferro x o peso do bebê).
- Caso o bebê coma pouca carne, além do ferro, é necessário suplementar o zinco na dose de 1mg/kg/dia e a vitamina B12 na dose de 0,4 a 0,5mcg/dia.
Nem tanto, nem tão pouco
Equilíbrio alimentar é a base de qualquer alimentação saudável, certo? E aí a gente pode falar também da quantidade de nutrientes e vitaminas oferecidos ao bebê diariamente. Tanto o excesso como a carência fazem mal à saúde e podem ter consequências sérias. Cautela e muita conversa com o pediatra e até com um especialista em nutrição infantil vale muito a pena!
O excesso:
Vitamina A: pode deixar a criança irritada, sem apetite e aumentar a excreção urinária da vitamina D.
Vitamina C: pode predispor a calculo renal.
Iodo: não é necessário suplementar, uma vez que todo sal utilizado no preparo dos alimentos já e enriquecido com iodo.
Proteína: contribui para a obesidade infantil, devido ao aumento da insulina e de inúmeros outros hormônios. Além de oferecermos um balanceamento proteico errado, que se relaciona com aumento de gordura corporal.
E se falta?
Vitamina B1 (tiamina): a carência causa cansaço, irritabilidade, pouca concentração, fraqueza e desordem nervosa dos membros inferiores.
Vitamina B12: está relacionada a dietas vegetarianas. A falta causa anemia, irritabilidade, diarreia e transtornos psiquiátricos.
Vitamina C: a falta causa dor intensa, o que faz com que a criança reaja com irritabilidade e choro sempre que encostamos nela. Além de hematomas, macrofraturas em joelhos e tornozelos, sangramentos em mucosas e no globo ocular, sangue na urina e febre.
Vitamina D: sua ausência causa raquitismo carencial, afilamento do crânio, alargamento de punhos e tornozelos, arqueamento de ossos longos (genu valgum), fraturas patológicas, depressão da caixa torácica, deformidades torácicas, como o “peito de pombo”, atraso da erupção e alteração do esmalte dentário, baixa estatura, fraqueza muscular e queda de pressão generalizada.
Zinco: a falta compromete o crescimento, a função imune e o desenvolvimento neuropsicomotor. Além de causar lesões de pele, anorexia, distúrbios emocionais, infecções recorrentes e diarreia. A acrodermatite enteropática é uma doença rara e pode ser fatal se não for tratada precocemente com doses elevadas de zinco.
A proteína merece uma atenção especial. Afinal, tanto a falta quanto o excesso dela podem trazer sérios problemas para o desenvolvimento e o crescimento do bebê.
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Alimentação para criança é muito importante! Tento seguir a risca com os meus!